Deputados
aos berros, entoando canções e tirando selfies não estavam à altura da
gravidade da situação, afirma a imprensa europeia.
aos berros, entoando canções e tirando selfies não estavam à altura da
gravidade da situação, afirma a imprensa europeia.
Por Karina Gomes
A imprensa europeia destaca nesta
segunda-feira (18/04) a derrota sofrida pela presidente Dilma Rousseff na
votação do impeachment na Câmara dos Deputados, com especial atenção para o
comportamento dos deputados federais no plenário.
segunda-feira (18/04) a derrota sofrida pela presidente Dilma Rousseff na
votação do impeachment na Câmara dos Deputados, com especial atenção para o
comportamento dos deputados federais no plenário.
Numa análise assinada pelo
correspondente Jens Glüsing e intitulada “A insurreição dos
hipócritas”, o site da revista Der
Spiegel afirma que o Congresso brasileiro mostrou sua
“verdadeira cara” e, com o uso de meios “constitucionalmente
questionáveis”, colocou o “avariado navio Brasil” numa
“robusta rota de direita”.
correspondente Jens Glüsing e intitulada “A insurreição dos
hipócritas”, o site da revista Der
Spiegel afirma que o Congresso brasileiro mostrou sua
“verdadeira cara” e, com o uso de meios “constitucionalmente
questionáveis”, colocou o “avariado navio Brasil” numa
“robusta rota de direita”.
“A maior parte dos deputados
evocou Deus e a família na hora de dar o seu voto. Jair Bolsonaro até mesmo defendeu,
com palavras ardentes, um dos piores torturadores da ditadura militar”,
escreve o jornalista, que lembra que tanto o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha, como o vice-presidente Michel Temer são alvos de investigações por
corrupção.
evocou Deus e a família na hora de dar o seu voto. Jair Bolsonaro até mesmo defendeu,
com palavras ardentes, um dos piores torturadores da ditadura militar”,
escreve o jornalista, que lembra que tanto o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha, como o vice-presidente Michel Temer são alvos de investigações por
corrupção.
Segundo a revista, os deputados
que votaram a favor do impeachment vão cobrar postos no governo de Temer, caso
ele assuma a Presidência da República, e que muitos deles esperam que, com a
vitória da oposição, as investigações da Operação Lava Jato desapareçam.
que votaram a favor do impeachment vão cobrar postos no governo de Temer, caso
ele assuma a Presidência da República, e que muitos deles esperam que, com a
vitória da oposição, as investigações da Operação Lava Jato desapareçam.
O site do semanário alemão Die Zeit afirma
que a votação na Câmara “mais parecia um carnaval” e que uma pessoa
desavisada que visse a sessão não poderia ter ideia da gravidade da situação.
“Nesse dia decisivo para o destino político da sétima maior economia do
mundo, o que se viu foram horas de deputados aos berros, que se abraçavam,
tiravam selfies e entoavam canções”, relata o correspondente Thomas
Fischermann.
que a votação na Câmara “mais parecia um carnaval” e que uma pessoa
desavisada que visse a sessão não poderia ter ideia da gravidade da situação.
“Nesse dia decisivo para o destino político da sétima maior economia do
mundo, o que se viu foram horas de deputados aos berros, que se abraçavam,
tiravam selfies e entoavam canções”, relata o correspondente Thomas
Fischermann.
“Nos discursos dos
representantes do povo havia tudo o que se possa imaginar: lembranças aos
netos, xingamentos contra a educação sexual nas escolas, paz em Jerusalém,
elogio a um torturador do antigo governo militar, o jubileu de uma cidade e
assim por diante”, afirma o jornal.
representantes do povo havia tudo o que se possa imaginar: lembranças aos
netos, xingamentos contra a educação sexual nas escolas, paz em Jerusalém,
elogio a um torturador do antigo governo militar, o jubileu de uma cidade e
assim por diante”, afirma o jornal.
Já o diário alemão Süddeutsche Zeitung destaca
que “inúmeros parlamentares que impulsionaram o impeachment de Dilma são,
eles próprios, alvos de processos por corrupção”. O correspondente
Benedikt Peters lembra que o processo contra Rousseff é controverso e é
considerado político. “Contra Dilma nenhum ato de corrupção foi
comprovado.”
que “inúmeros parlamentares que impulsionaram o impeachment de Dilma são,
eles próprios, alvos de processos por corrupção”. O correspondente
Benedikt Peters lembra que o processo contra Rousseff é controverso e é
considerado político. “Contra Dilma nenhum ato de corrupção foi
comprovado.”
Segundo o jornal britânico The Guardian,
um Congresso “hostil e manchado pela corrupção” votou pelo
impedimento da presidente. “Uma derrota esmagadora”, afirma o jornal,
que também destaca a votação no plenário. “O ponto mais baixo foi quando
Jair Bolsonaro, o deputado de extrema direita do Rio de Janeiro, dedicou seu
voto a Carlos Brilhante Ustra, o coronel que comandou a tortura do DOI-Codi
durante a era ditatorial”, e levou “uma cusparada do deputado de
esquerda Jean Wyllys”.
um Congresso “hostil e manchado pela corrupção” votou pelo
impedimento da presidente. “Uma derrota esmagadora”, afirma o jornal,
que também destaca a votação no plenário. “O ponto mais baixo foi quando
Jair Bolsonaro, o deputado de extrema direita do Rio de Janeiro, dedicou seu
voto a Carlos Brilhante Ustra, o coronel que comandou a tortura do DOI-Codi
durante a era ditatorial”, e levou “uma cusparada do deputado de
esquerda Jean Wyllys”.
Para o jornal, é
“improvável” que Temer também perca suas funções se for provado que
ele praticou as chamadas “pedaladas fiscais”, já que tem “forte
apoio” da maioria dos deputados.
“improvável” que Temer também perca suas funções se for provado que
ele praticou as chamadas “pedaladas fiscais”, já que tem “forte
apoio” da maioria dos deputados.
O jornal espanhol El País diz
que a aprovação do impeachment era mais do que esperada e que Dilma “está
a um passo” de ser tirada do poder. “Dilma Rousseff recebeu um
empurrão, talvez definitivo, para sair da presidência do Brasil pela porta de
trás da história”, diz o artigo. “Uma derrota completa para o governo
e Rousseff.”
que a aprovação do impeachment era mais do que esperada e que Dilma “está
a um passo” de ser tirada do poder. “Dilma Rousseff recebeu um
empurrão, talvez definitivo, para sair da presidência do Brasil pela porta de
trás da história”, diz o artigo. “Uma derrota completa para o governo
e Rousseff.”
O El País diz
que a votação na Câmara foi marcada por tumulto e “cânticos um tanto
ridículos às vezes” e destaca que a condução de Cunha, acusado de manter
contas milionárias na Suíça com dinheiro da Petrobras, é “um sintoma da
estrutura moral de boa parte do Congresso brasileiro”.
que a votação na Câmara foi marcada por tumulto e “cânticos um tanto
ridículos às vezes” e destaca que a condução de Cunha, acusado de manter
contas milionárias na Suíça com dinheiro da Petrobras, é “um sintoma da
estrutura moral de boa parte do Congresso brasileiro”.
De acordo com o jornal espanhol,
o “capital político” da presidente “será completamente
diluído” com o voto favorável do Senado, “coisa que agora parece
muito provável”, e o posterior afastamento dela do cargo por 180 dias, como
prevê o rito do impeachment.
o “capital político” da presidente “será completamente
diluído” com o voto favorável do Senado, “coisa que agora parece
muito provável”, e o posterior afastamento dela do cargo por 180 dias, como
prevê o rito do impeachment.
O francês Le Monde destaca
a “descida ao inferno de Dilma Rousseff”, dizendo que até as últimas
horas “ela acreditou” no voto dos 54 milhões de brasileiros que a
elegeram em 2014. O jornal diz que o marketing do governo sobre a prática de
“golpe” contra a presidente não teve sucesso, apesar de boa parte dos
deputados favoráveis ao impeachment também serem acusados de corrupção.
a “descida ao inferno de Dilma Rousseff”, dizendo que até as últimas
horas “ela acreditou” no voto dos 54 milhões de brasileiros que a
elegeram em 2014. O jornal diz que o marketing do governo sobre a prática de
“golpe” contra a presidente não teve sucesso, apesar de boa parte dos
deputados favoráveis ao impeachment também serem acusados de corrupção.
Segundo a publicação, Dilma paga
por “erros econômicos, diplomáticos e políticos que ajudaram a fazer dela
a chefe de Estado mais impopular da história da jovem democracia
brasileira”.
por “erros econômicos, diplomáticos e políticos que ajudaram a fazer dela
a chefe de Estado mais impopular da história da jovem democracia
brasileira”.