Ministério
Público da Suíça identificou uma conta ligada a Henrique Alves com saldo de 800
mil francos suíços – cerca de R$ 2,8 milhões.

O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou ao Supremo Tribunal
Federal o ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) por crimes de
lavagem de dinheiro e evasão de divisas em razão de conta atribuída a ele na
Suíça.
Alves
pediu demissão do cargo na última quinta (16), um dia depois da divulgação de
que havia sido citado por recebimento de propina na delação do ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado.
Em
nota oficial divulgada na noite de sexta (17), após informações de que ele
teria deixado o cargo em razão da existência de contas no exterior, Henrique
Alves negou ligação com recursos e disse que não foi citado para prestar
esclarecimentos, mas que está a disposição da Justiça.
Em
reportagem publicada neste sábado (18), o jornal “O Estado de
S.Paulo” informou que a Suíça localizou conta de Alves e que os valores
foram bloqueados naquele país. A TV Globo apurou que os dados foram recebidos
pelas autoridades brasileiras e originaram a denúncia.
A
investigação, iniciada na Suíça e transferida para o Brasil, identificou uma
conta ligada a Alves com saldo de 800 mil francos suíços – cerca de R$ 2,8
milhões.
A
transferência da investigação foi realizada para autoridades brasileiras nos
mesmos moldes como ocorreu com o presidente afastado da Câmara, deputado
Eduardo Cunha (PMDb-, após a Suíça identificar contas ligadas ao deputado, à
mulher dele e uma das filhas.
Como
Henrique Alves não pode ser extraditado para a Suíça para responder a processo
porque é brasileiro nato, a transferência do caso para o Brasil assegura a
continuidade da investigação.
Ele
já era alvo de dois pedidos de abertura de inquérito no Supremo. Um deles pede
a inclusão do nome dele no principal inquérito da Lava Jato, o que apura se existiu
uma organização criminosa para fraudar a Petrobras.
O
outro pedido é baseado em mensagens apreendidas no celular do ex-presidente da
OAS José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, nas quais o empreiteiro trata com
Eduardo Cunha de doações a Henrique Alves – a suspeita é de que Alves tenha
recebido dinheiro desviado da estatal em forma de doação oficial para campanha.
A
denúncia feita pela Procuradoria Geral da República teria ocorrido em um
procedimento já instaurado, que apurava outros fatos, que não a existência das
contas na Suíça. No entanto, os elementos que chegaram foram suficientes para
embasar uma acusação formal contra o ex-ministro por crimes tributários e
lavagem.
Como
Henrique Alves deixou o governo e perdeu o foro privilegiado, terá que ser
analisado agora se o caso continuará no Supremo ou se será enviado à primeira
instância.
‘Revista
Veja’
Reportagem
publicada na noite desta sexta (17) no site da “Revista Veja” mostrou
ainda que Henrique Eduardo Alves é alvo de uma ação de improbidade
administrativa que tramita há cerca de dez anos na Justiça Federal de Brasília.
Trata-se de uma conta diferente da que foi localizada pelas autoridades suíças.
No
processo que corre em uma das varas cíveis do Distrito Federal, a ex-mulher de
Alves – Mônica Azambuja – apresentou documentos e extratos bancários que
detalham gastos fora do país entre 1996 e 2004. Os valores não teriam sido
declarados à Receita Federal. Ela apresentou o número de uma conta no Banco
Union Bancaire Privée, batizada com as letras H e M, iniciais de Henrique e
Mônica.
A
TV Globo confirmou a existência do processo, onde há inclusive detalhes sobre
gastos em hotéis de luxo na Europa. O juiz responsável ainda terá que decidir
se essa ação terá ou não prosseguimento.
G1.com
 

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