Como alguém que nasce na periferia da cidade,
desprivilegiado sócio e economicamente, terá igualdade de condições de
disputar vagas no mercado de trabalho com outros cidadãos que nascem em
camadas sociais mais prestigiadas?

Por Ari Duarte
Quais
as políticas públicas de oportunidades para nossos jovens? Quais os mecanismos
de inserção na vida adulta, seja no âmbito profissional ou acadêmico? Existe
incentivos a prática esportiva? E quanto a questão das drogas, existe um
combate eficiente a este mal, neste grupo em especifico?
Diante
de todos estes questionamentos e do cenário vivenciado por adolescentes e
adultos jovens de nossa cidade, nos permitimos dialogar com nossos leitores
sobre este contexto. É evidente e de amplo conhecimento, que este tema jamais
foi uma prioridade para o poder público local. Não existe na prática uma
política pública, de relevante espectro, que alcance esta faixa etária,
permitindo um acesso adequado, a condição de cidadania plena para estes
cidadãos, com igualdade de condições sociais e educacionais.
Em
um cenário de pouca ou nenhuma preocupação com as camadas jovens da população,
era de se esperar que os mais vulneráveis, sejam os mais prejudicados. Como
alguém que nasce na periferia da cidade, desprivilegiados sócio e
economicamente, terá igualdade de condições de disputar vagas no mercado de
trabalho, com outros cidadãos que nascem em camadas sociais mais prestigiadas?
Simples, o intelecto e formação educacional podem superar este dilema. Mas o
que dizer da educação oferecida para nossos adolescentes, pelo ente público? Os
índices de avaliação de desempenho, tão frágeis para este segmento, não nos
deixam dúvidas que se trata de concorrência desleal.
Não
é novidade para nós, que vivenciamos o cotidiano de Ceará-Mirim, observar um
crescente no número de atos de criminalidade e/ou mesmo de assassinatos de
jovens e adolescentes na nossa população, a maioria com vivencia no submundo
das drogas. Ao passo, que não se percebe uma preocupação nas autoridades
constituídas, de uma política séria de enfrentamento deste problema.
É óbvio que mudar esta realidade não será através de uma passe de mágica,
entretanto, existe a necessidade imediata de ações e estratégias, centradas em
meios de oportunidades para que esta população não permaneça desassistida do
poder público.
Temos
um equipamento novo e que deveria ser de valorização e melhor aproveitamento
por nossos jovens, me refiro ao IFRN. Precisamos melhorar a ocupação daquela
unidade educacional, através de uma campanha de motivação e de orientação
quanto à sua importância na formação de futuros profissionais, que melhor
adentrarão ao mercado de trabalho.
Vejo
no Esporte, outra importante ferramenta, pouco utilizada pelos entes públicos,
para direcionar nossa juventude, no bom caminho da cidadania e de combate à
problemática das drogas e da criminalidade no nosso meio social.
Percebo na cultura, no respeito e valorização das nossas tradições culturais,
outro segmento forte de inclusão social e cidadania, que podem fortalecer e
valorizar nossos jovens cearamirinenses.
Enfim,
um futuro melhor para nossa juventude tem um requisito claro e complexo, que
será possível com ideias sérias, criativas e inovadoras, mas sobretudo, que
sejam determinadas por algo primordial, difícil de se ver nos tempos atuais,
denominado de OPORTUNIDADES.
Ari Duartte é um cearamirinense filho
de uma família humilde, tem 36 anos, é enfermeiro formado pela UFRN desde 2006
e atua no SAMU e na Casa de Saúde São Lucas, em Natal.
 

Crítico
da atual gestão municipal de Ceará-Mirim, s
uas
colocações têm tido muita repercussão através das redes sociais, principalmente
no Grupo DIALOGA, onde é membro efetivo.
Profundo conhecedor das questões
relacionadas a saúde pública, Ari não se furta em debater qualquer assunto de
interesse da comunidade, o que o faz ser reconhecido por todos como um
excelente nome na luta por uma Ceará-Mirim melhor.

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