Fugas,
rebeliões e morte. A escancarada crise no sistema penitenciário tem um exército
organizado e com alto poder de fogo à frente de todas essas ações. As facções
criminosas comandam os estabelecimentos prisionais e, de lá, também praticam
desmandos do lado de fora dos muros das unidades.
Os
detentos mais perigosos do Rio Grande do Norte assistem à dificuldade do Estado
em resolver a situação dos presídios de uma posição muito mais confortável que
os integrantes da sociedade civil.
O
Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime do RN dividem o
controle das penitenciárias e têm integrantes espalhados por todo o Rio Grande
do Norte. Informações obtidas pelos agentes penitenciários através de relatos
de presos e apreensões de telefones e cartas dentro das unidades detalham a
atuação e a estruturação dessas facções. 
De acordo
com Vilma Batista
, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio
Grande do Norte (Sindasp/RN), todos esses dados são enviados para o setor de
Inteligência das secretarias competentes pela segurança pública e pelo sistema
prisional, para que sejam iniciadas investigações com o intuito de coibir essas
articulações.
Desde a
série de assassinatos ocorrida dentro das penitenciárias no ano passado, conta
Vilma Batista, o Governo do Estado reordenou as acomodações dos presos dentro
de cada unidade, os agrupando por facção: PCC ou Sindicato RN.
Isso
porque, segundo os próprios apenados, os homicídios vinham sendo praticados em
virtude das brigas entre as duas organizações. Desta maneira, os detentos
passaram a dividir cela somente com seus pares de facção. Apesar de a medida
ter sido tomada com a intenção de coibir os ataques entre os rivais, acabou
auxiliando na articulação dos criminosos. Perto um do outro, eles conseguem
planejar de maneira mais rápida as suas ações.
Agora,
quando chega um novo apenado, os agentes penitenciários o questionam se ele
pertence a alguma das vertentes criminosas. Em caso afirmativo, o preso diz
qual delas e é encaminhado ao setor da penitenciária correspondente. Segundo
informou Vilma Batista, de acordo com os materiais que são apreendidos nos
presídios, comumente, aqueles que não têm ainda filiação a nenhuma das facções
são aliciados pelos integrantes, e acabam cedendo, para não sofrerem
represália.
Foto: Rafael Barbosa

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