Paloma
Gurgel foi atingida por quatro tiros no dia 19 de dezembro passado. Segundo a
advogada, a polícia do RN já tem informações sobre suspeitos.
Paloma Gurgel – Foto: arquivo pessoal
“Quando eu já estava
caída, ele se aproximou e deu um tiro à queima-roupa no meu peito. Depois eu
protegi minha cabeça com as pernas e ele efetuou outro disparo, desta vez
acertando meu joelho, que ficou estraçalhado e quebrou a tíbia. No hospital, o
médico me disse que o tiro no peito não atingiu o coração porque acertou a
minha prótese. Ou seja: o meu silicone salvou a minha vida”. O relato é da
advogada Paloma Gurgel de Oliveira Cerqueira, de 28 anos, vítima de um atentado
ocorrido em uma lanchonete próximo à avenida Ayrton Senna, na Zona Sul de
Natal, no dia 19 de dezembro passado. Paloma recebeu alta do hospital quatro
dias após o crime e está escondida em outro estado. Por telefone, ele conversou
com o G1.
Segundo Paloma, ela já vinha
recebendo, mesmo que de forma indireta, ameaças de morte. “Tudo começou
alguns meses atrás. Sou advogada criminalista e tenho mais de 300 clientes
presos e quase outros 100 soltos, inclusive alguns de presídios federais. Houve
uma discussão com uma pessoa cujo nome já foi repassado à polícia, mas não se
trata de nenhum cliente. Depois disso, através de outras pessoas, fui informada
que poderia ser morta. Me mantive tranquila por ainda achar que não tinha
inimizades, até que aconteceu isso comigo”, falou.
Paloma disse que no dia 19
havia acabado de chegar a Natal de uma audiência em Fortaleza. “Cheguei,
passei no meu escritório e fui para casa. No caminho, recebi um telefonema da
minha sócia chamando para ir a essa lanchonete. Lanchamos e quando fui ao carro
pegar minha bolsa para pagar a conta, um homem se aproximou e, sem falar nada,
começou a atirar em mim”, contou.
De acordo com a advogada, o
homem usava bermuda preta, camisa azul claro e boné. “Quando percebi que
ele iria atirar, subi meu braço para me proteger. O primeiro tiro atingiu meu
braço direito, atingindo um nervo, o que pode me deixar com sequelas na mão.
Após esse tiro, ele acertou outras quatro vezes a minha bolsa. Com o impacto,
eu caí no chão. Foi quando ele deu os outros dois tiros. Como eu fiquei imóvel
fingindo estar morta e as pessoas que estavam na lanchonete e em uma igreja
próxima começaram a gritar e correr, o bandido se assustou e foi embora.
Segundo testemunhas, ele fugiu em uma caminhonete branca”.
Paloma descarta as
possibilidades de tentativa de assalto ou de vingança por parte de qualquer
cliente dela. “Não foi assalto porque o homem que me baleou sequer falou
algo para mim. Ele apenas atirou. E descarto que isso tenha sido a mando de
qualquer cliente meu, até porque tenho uma relação profissional muito bem
sucedida com todos eles. Como disse, a única pessoa que poderia ter motivação
para atentar contra a minha vida foi essa que citei. A Polícia Civil já sabe
disso e está investigando o caso. Espero que seja logo elucidado, pois os
indícios e provas são bastante claros”.
De acordo com Paloma, o fato de
ser advogada criminalista não foi motivador para o atentado. “As pessoas
se tornam extremamente ignorantes quando confundem o profissional com o
cliente. Advogados criminalistas não defendem o crime, nem muito menos o
bandido, e sim seus direitos que lhes foram atribuídos pelo Poder Legislativo.
Além do mais, o advogado é um mero pedinte, porque quem ‘solta ou não’ o
acusado do ilícito é o juiz”.
Paloma Gurgel disse que ficou
quatro dias internada em um hospital de Natal, sempre com escolta de seguranças
contratados por ela. Nesse período, passou por quatro cirurgias – três no
joelho esquerdo e outra no braço direito. “Assim que recebi alta, fui ao
meu apartamento, fiz uma mala e saí de Natal. Não sei se vou voltar a essa
cidade, pois tenho medo do que pode acontecer aí. Minha preocupação agora é me
recuperar o quanto antes e poder voltar a defender meus clientes, cujos
processos estão parados”.
O caso está sendo investigado
pela equipe da 10ª delegacia de Polícia, no bairro de Pirangi, Zona Sul de Natal.
Por Fred Carvalho – G1.com RN

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Paloma
Gurgel foi atingida por quatro tiros no dia 19 de dezembro passado. Segundo a
advogada, a polícia do RN já tem informações sobre suspeitos.
Paloma Gurgel – Foto: arquivo pessoal
“Quando eu já estava
caída, ele se aproximou e deu um tiro à queima-roupa no meu peito. Depois eu
protegi minha cabeça com as pernas e ele efetuou outro disparo, desta vez
acertando meu joelho, que ficou estraçalhado e quebrou a tíbia. No hospital, o
médico me disse que o tiro no peito não atingiu o coração porque acertou a
minha prótese. Ou seja: o meu silicone salvou a minha vida”. O relato é da
advogada Paloma Gurgel de Oliveira Cerqueira, de 28 anos, vítima de um atentado
ocorrido em uma lanchonete próximo à avenida Ayrton Senna, na Zona Sul de
Natal, no dia 19 de dezembro passado. Paloma recebeu alta do hospital quatro
dias após o crime e está escondida em outro estado. Por telefone, ele conversou
com o G1.
Segundo Paloma, ela já vinha
recebendo, mesmo que de forma indireta, ameaças de morte. “Tudo começou
alguns meses atrás. Sou advogada criminalista e tenho mais de 300 clientes
presos e quase outros 100 soltos, inclusive alguns de presídios federais. Houve
uma discussão com uma pessoa cujo nome já foi repassado à polícia, mas não se
trata de nenhum cliente. Depois disso, através de outras pessoas, fui informada
que poderia ser morta. Me mantive tranquila por ainda achar que não tinha
inimizades, até que aconteceu isso comigo”, falou.
Paloma disse que no dia 19
havia acabado de chegar a Natal de uma audiência em Fortaleza. “Cheguei,
passei no meu escritório e fui para casa. No caminho, recebi um telefonema da
minha sócia chamando para ir a essa lanchonete. Lanchamos e quando fui ao carro
pegar minha bolsa para pagar a conta, um homem se aproximou e, sem falar nada,
começou a atirar em mim”, contou.
De acordo com a advogada, o
homem usava bermuda preta, camisa azul claro e boné. “Quando percebi que
ele iria atirar, subi meu braço para me proteger. O primeiro tiro atingiu meu
braço direito, atingindo um nervo, o que pode me deixar com sequelas na mão.
Após esse tiro, ele acertou outras quatro vezes a minha bolsa. Com o impacto,
eu caí no chão. Foi quando ele deu os outros dois tiros. Como eu fiquei imóvel
fingindo estar morta e as pessoas que estavam na lanchonete e em uma igreja
próxima começaram a gritar e correr, o bandido se assustou e foi embora.
Segundo testemunhas, ele fugiu em uma caminhonete branca”.
Paloma descarta as
possibilidades de tentativa de assalto ou de vingança por parte de qualquer
cliente dela. “Não foi assalto porque o homem que me baleou sequer falou
algo para mim. Ele apenas atirou. E descarto que isso tenha sido a mando de
qualquer cliente meu, até porque tenho uma relação profissional muito bem
sucedida com todos eles. Como disse, a única pessoa que poderia ter motivação
para atentar contra a minha vida foi essa que citei. A Polícia Civil já sabe
disso e está investigando o caso. Espero que seja logo elucidado, pois os
indícios e provas são bastante claros”.
De acordo com Paloma, o fato de
ser advogada criminalista não foi motivador para o atentado. “As pessoas
se tornam extremamente ignorantes quando confundem o profissional com o
cliente. Advogados criminalistas não defendem o crime, nem muito menos o
bandido, e sim seus direitos que lhes foram atribuídos pelo Poder Legislativo.
Além do mais, o advogado é um mero pedinte, porque quem ‘solta ou não’ o
acusado do ilícito é o juiz”.
Paloma Gurgel disse que ficou
quatro dias internada em um hospital de Natal, sempre com escolta de seguranças
contratados por ela. Nesse período, passou por quatro cirurgias – três no
joelho esquerdo e outra no braço direito. “Assim que recebi alta, fui ao
meu apartamento, fiz uma mala e saí de Natal. Não sei se vou voltar a essa
cidade, pois tenho medo do que pode acontecer aí. Minha preocupação agora é me
recuperar o quanto antes e poder voltar a defender meus clientes, cujos
processos estão parados”.
O caso está sendo investigado
pela equipe da 10ª delegacia de Polícia, no bairro de Pirangi, Zona Sul de Natal.
Por Fred Carvalho – G1.com RN

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