Vazamento foi citado na gravação feita pelo filho de Cerveró. Polícia
Federal vai apurar se o carcereiro citado na conversa é o agente Newton Ishii.


A Polícia Federal vai investigar o vazamento de dados da
delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O vazamento foi
citado na conversa gravada pelo filho de Cerveró.

Na conversa, o senador Delcídio Amaral, do PT, o chefe de gabinete dele, Diogo Ferreira, o
advogado Edson Ribeiro e o filho de Nestor Cerveró, Bernardo, comentam que
trechos da delação premiada do ex-diretor da Petrobras foram parar nas mãos do
banqueiro André Esteves, dono do banco BTG Pactual. E discutem quem pode ter
vazado o documento, que teria que ficar em sigilo. Um dos citados é o doleiro
Alberto Youssef.

Delcídio
do Amaral
: Pois é, então ou alguém reproduziu isso.

Bernardo
Cerveró
: Esse, esse que é o lance. O que foi vazado a gente
acha que pode ter sido vazado ali de dentro, Youssef na cela com ele, uma coisa
assim.

Também são citados uma advogada de Cerveró, Alessi Brandão, e um policial
federal chamado Newton.

Edson
Ribeiro
: Mas olha só. Só pode ter saído, do escritório da
Alessi, Polícia Federal ou Sérgio Riera. Saber da Alessi se ela passou pro
Sergio. Alguma coisa com algo atrás escrito.

Bernardo
Cerveró
: Eu acho que é carcereiro. O cara dá 50 mil ai pra você.

Edson
Ribeiro
: A gente num entende, pô!

Bernardo
Cerveró
: Carcereiro, Nilton. Os caras são muito legais.

Edson
Ribeiro
: Mas tem muita informação, cara. Só tranquilizar ele aí
com o negócio do seu pai (…)

O que a Polícia Federal vai apurar é que se o carcereiro Nilton citado na
conversa é o agente Newton Ishii.

Em outro trecho da gravação, a conversa é sobre uma pessoa que eles chamam de
“japonês bonzinho”. 

Delcídio
do Amaral
: Alguém pegou isso aí e deve ter reproduzido. Agora
quem fez isso é que a gente não sabe.

Edson
Ribeiro
: É o japonês. Se for alguém é o japonês.

Diogo
Ferreira
: É o japonês bonzinho.

Delcídio
do Amaral
: O japonês bonzinho?

Edson
Ribeiro
: É.



Na Polícia Federal desde os anos 1970, Newton é homem de confiança da
força-tarefa. Como é o responsável pelo cumprimento das prisões e pelas
transferências dos presos da Lava Jato, virou figura conhecida ao sempre
aparecer nas operações. Também é responsável pela carceragem. Mas não tem
acesso às delações.

Os investigadores vão ouvir Nestor Cerveró na semana que vem sobre o vazamento
da delação premiada. O filho de Cerveró e o agente Newton Ishii também devem
falar. Os depoimentos dos outros citados na conversa ainda não foram marcados.
A Polícia Federal informou que só vai se manifestar sobre o assunto quando a
investigação estiver concluída.

O advogado de André Esteves negou que o banqueiro tenha tido acesso a trechos
da delação de Cerveró e disse que o cliente nem participou da conversa.

O advogado de Alberto Youssef disse que o
cliente não teve acesso à delação e que considera essa conversa especulativa e
sem credibilidade.

O Jornal Nacional não conseguiu contato
com a advogada Alessí Brandão.

Fonte: G1.com


Deixe um comentário

Copy link