O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB­/AL), culpou o presidente nacional
do PMDB e vice-­presidente da República, Michel Temer, pela crise interna do
partido e pelos problemas na coalizão. Visivelmente irritado, Renan disse que é
um erro o PMDB se reunir para proibir novas filiações e citou o ex­-líder do
partido Ulysses Guimarães, ao afirmar que ele deveria estar “tremendo na
cova” com uma atitude dessas.

Temer, que também é presidente do PMDB, articulou com o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), uma reunião da Executiva
Nacional, que aprovou hoje (16) uma
 resolução estabelecendo que novas filiações de deputados
federais e senadores sejam possíveis somente após o aval da Executiva do
partido.

“Não quero analisar quem tem força ou quem não
tem no PMDB. Só quero lembrar da responsabilidade do presidente do partido. É ao
presidente do partido que cabe construir a unidade partidária. Não é difícil
isso. A quem serve a divisão do PMDB? Dividir o PMDB para quê? O papel do
presidente do PMDB é construir a união dessas forças todas, desses setores
todos. O presidente tem responsabilidade nessa divisão”, criticou Renan.

De acordo com o presidente do Senado,
com a medida, Temer, que não participou da reunião desta manhã, está resgatando
o chamado “centralismo democrático” para barrar deputados.

“A partir do momento em que uma
Executiva estabelece que só pode entrar quem o colegiado quiser, está barrando
o crescimento do próprio PMDB em beneficio de alguém. Não sei em beneficio de
quem”, afirmou.

Ainda em tom de crítica ao
vice-presidente da República, Renan disse que a maior crítica à carta em que
Michel Temer se queixou da presidenta Dilma Rousseff é que, “em nenhum momento,
o documento demonstrou preocupação com o Brasil”.

Sobre a época em que Temer assumiu a
coordenação política do governo, Renan lembrou ter alertado que o partido não
poderia transformar sua participação na distribuição de cargos “em um RH”.
Mesmo assim, segundo o senador, “o PMDB só queria saber de cargos e “minimizou
durante o tempo em que ocupou a coordenação seu próprio papel”.

No momento das declarações de Renan, o
vice-presidente da República participava da cerimônia de cumprimentos aos
oficias generais com a presidenta Dilma Rousseff, em Brasília. Ele não havia se
manifestado sobre as críticas do presidente do Senado até a publicação da
reportagem.


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