Investigações apontam que o dinheiro era pago em troca de apoio
político. Suspeitos são investigados ainda por indicações para cargos na
Prefeitura.

G1.com PR e RPC – Os vereadores de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná,
presos durante a 5ª fase da Operação Pecúlio, deflagrada nesta quinta-feira
(15), recebiam uma espécie de “mensalinho” em troca de apoio na votação de
projetos do Executivo, afirma a Polícia Federal. No total, 12 dos 15 vereadores
da cidade foram presos durante a ação.
Os parlamentares e outros agentes políticos e
empresários também presos na Operação “Nipoti” – uma referência a nepotismo –
são investigados ainda por supostas indicações de familiares para serem
contratados por empresas da cidade ou ocuparem cargos em comissão na Prefeitura
de Foz do Iguaçu.
A existência do “mensalinho” e das indicações para
emprego já havia sido indicada por réus da Operação Pecúlio que assinaram
acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).
“Nós já detectamos no final da primeira fase da
Operação Pecúlio sérios indícios de que vereadores eram beneficiados com
repasse mensal de valores. Ou seja, além de cargos comissionados na prefeitura
e empregos em empresas terceirizadas, havia o repasse de R$ 10 mil reais alguns
vereadores”, especificou o procurador da República Alexandre Porciúncula.
“Outros vereadores eram aquinhoados com R$ 5 mil
e mais uma diretoria na prefeitura. Tudo isso para que houvesse apoio político
ao grupo que estava na prefeitura e para que alguns vereadores de oposição
fizessem o que chamamos de ‘oposição mitigada’, uma oposição não muito
aguerrida contra o governo. Isso era o ‘mensalinho'”, completou.
Segundo a PF, dez vereadores foram presos
preventivamente, quando não há prazo definido para que os investigados deixem a
prisão, e dois temporariamente por cinco dias, podendo ser a prisão prorrogada
por mais cinco dias ou convertida em preventiva. Com as prisões, a sessão desta
sexta-feira na Câmara Municipal, que seria a última ordinária do ano, foi
adiada por falta de quórum e reconvocada para terça-feira (20).
Foram presos os vereadores:
Beni Rodrigues (PSB) – prisão temporária

Zé Carlos (PMN) – prisão temporária
Anice Gazzaoui (PTN) – prisão preventiva
Darci “DRM” (PTN) – prisão preventiva
Edílio Dall’Agnol (PSC) – prisão preventiva
Fernando Duso (PT) – presidente da Câmara – prisão
preventiva
Hermógenes de Oliveira (PSC) – prisão preventiva
Luiz Queiroga (DEM) – prisão preventiva
Marino Garcia (PEN) – prisão preventiva
Coquinho (SD) – prisão preventiva
Paulo Rocha (PMDB) – prisão preventiva
Rudinei Moura (PEN) – prisão preventiva
Também foram presos os ex-secretários de Saúde de Foz
do Iguaçu Patrícia Foster e Gilber da Trindade – que já é réu da Operação
Pecúlio e cumpre prisão domiciliar -, o ex-diretor de Finanças Luiz Carlos
Alves – outro réu -, o escrivão da Polícia Civil Ademilton Joaquim Telles – já
preso em uma operação do Gaeco -, o dentista Mahmoud Ahmad Jomaa, o presidente
do PTN em Foz, Luiz Pereira, o empresário Juarez da Silva Santos, o servidor da
Câmara Municipal Ricardo Andrade, o empresário e sobrinho do prefeito Reni
Pereira, Diego Souza, o ex-secretário de Meio Ambiente João Matkievicze e o
ex-secretário de Administração e ex-deputado estadual Chico Noroeste.
Um dos advogados, Maurício Defassi, confirmou que os
clientes dele, o empresário Paulo Gorski e o filho, estão sendo transferidos de
Cascavel para Foz do Iguaçu. Ele disse que está tomando conhecimento das
acusações, já que os processos estão sob sigilo.
 
O procurador ressaltou que a ex-secretária Patrícia
Foster foi presa, entre outros, por estar sonegando documentos a uma auditoria
que está sendo feita pelo Ministério Público Federal (MPF) na Secretaria de
Saúde e na Fundação de Saúde, e por suposto privilégio no pagamento de uma
empresa contratada para prestar serviços ao Hospital Municipal Padre Germano
Lauck.
Os vereadores Anice Gazzaoui, Beni Rodrigues, Darci
“DRM”, Edílio Dall’Agnol, Luiz Queiroga e Rudinei de Moura foram
reeleitos em outubro. Eles e outros nove vereadores eleitos – além dos
suplentes – foram diplomados na noite de quarta-feira (14) e deveriam tomar
posse no dia 1º de janeiro.

Deixe um comentário

Copy link