Por Alex Solnik

A
dobradinha Temer-Cunha funcionou até a primeira semana de dezembro de 2015. Cunha
arrecadava dinheiro para o partido do jeito que estava acostumado e Temer
assinava os cheques destinados aos candidatos do partido indicados por Cunha,
com o que ele formou sua própria bancada na Câmara dos Deputados.
Em
dezembro passado – de acordo com relato publicado na Veja dessa semana – Cunha
teria comunicado ao então vice-presidente da República o fechamento de um
acordo com o ministro-chefe da Casa Civil de Dilma, Jaques Wagner: ele
orientaria a bancada do PT a livrá-lo de julgamento no conselho de ética e
Cunha arquivaria o processo de impeachment de Dilma.
No
dia seguinte o acordo secreto saiu nos jornais, Rui Falcão mandou os deputados
do PT votarem contra Cunha e
Cunha reagiu anunciando abertura do impeachment, achando que fora traído por
Wagner.
Mais
tarde Cunha descobriu que os responsáveis pelo vazamento tinham sido pessoas
próximas a Temer.
Ou
seja: Temer tratou de implodir o acordo de Cunha para ser favorecido com a
queda da presidente. E
com esse movimento deflagrou o impeachment, o processo contra Cunha e sua
consequente cassação e, finalmente, a sua prisão.
Por
trair Dilma, Temer não sofreu represálias. Mas trair Cunha são outros
quinhentos.

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