Aelson Farias, de 20 anos, tinha o sonho de
não parar de estudar. Ele foi aprovado na seleção do curso técnico em
edificações do IFRN.
 
G1RN – Fotos: Natália Xavier
Quando
concluiu o Ensino Médio, há cerca de 3 anos, Aelson Farias, de 20 anos, tinha o
sonho de não parar de estudar. A situação familiar, entretanto, exigiu que ele
começasse a trabalhar o quanto antes. O primeiro emprego, onde está até hoje,
foi como como agente de serviços gerais no Campus São Paulo do Potengi do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
(IFRN), a 81 quilômetros de Natal.
Atuando
na instituição desde 2014, Aelson não conseguia enxergar a possibilidade de
estudar no mesmo local onde trabalha, até que, incentivado por outros
servidores do Instituto, decidiu encarar a prova de seleção do curso técnico em
edificações, na modalidade subsequente, passou na prova, e hoje já é um exemplo
para outros servidores.
Desde
que terminei o Ensino Médio, eu queria voltar a estudar, mas não tinha como.
Não podia parar de trabalhar porque preciso ajudar meus pais, que moram na Zona
Rural e não têm renda fixa. Mesmo estando em um campus, eu nunca tinha parado
para pensar que poderia estudar onde trabalho, foi quando o coordenador de
manutenção me chamou a atenção para esta possibilidade
”, contou.
Desde
que as aulas começaram, no último dia 21, Aelson teve o horário de trabalho
flexibilizado para conseguir estudar e trabalhar no campus, mas não deixou de
ter um expediente de oito horas diárias, assim como os outros colegas. À noite,
único momento em que está em casa, aproveita para estudar. “Muitos colegas de
trabalho ficaram surpresos quando souberam que eu ia começar a estudar e até
brincam comigo, mas sei que isso pode servir de exemplo para pessoas de outros
lugares
”, comentou.
Um
dos servidores que apoiou Aelson para retomar os estudos foi o coordenador de
Serviços Gerais e Manutenção do Campus São Paulo do Potengi, Fabrizzio Pontes.
Ele sempre comentava que queria continuar os estudos, mas ele achava que teria
que abrir mão do emprego, se afastar da família e tentar a sorte em Natal, mas
nós pedimos para ele esperar mais um pouco e ver as oportunidades que o campus
em que ele trabalha oferece. Ele continuava muito preocupado com o horário de
trabalho, mas nos comprometemos a tentar flexibilizar o horário dele, de modo
que pudesse continuar trabalhando quando as aulas começassem
”, lembrou.
A
supervisora de Manutenção Deusdete Aleixo foi outra incentivadora. “Ele é muito
dinâmico e honesto no serviço. Fizemos algumas mudanças no setor para adequar o
horário dele. Estamos em uma instituição de ensino e é nosso dever incentivar a
estudar. Agora, eu já disse a ele: estude, que quero que você seja meu chefe!
”,
afirmou Deusdete, acrescentando que o desafio agora é mantê-lo sempre motivado
para seguir os estudos. “Vamos ficar acompanhando”, acrescentou.
Para
Aelson, o curso técnico deve ser somente o começo. O objetivo, nos próximos
anos é começar o curso técnico em Segurança do Trabalho. “Se eu tiver a
oportunidade, depois que terminar esse curso, quero fazer outro. Estudar é
muito importante e também já estou incentivando a minha irmã mais nova, que está
no 8º ano, a fazer a seleção para o curso técnico integrado no próximo ano
”,
disse.
Sempre
vamos dar apoio a ele e a qualquer pessoa que trabalhe com a gente e realmente
queira estudar, principalmente estudando aqui no Campus
”, completou Fabrizzio.

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