A
afirmação foi feita na sessão da CCJ que discute o parecer sobre recurso para
anular a votação do processo de cassação no Conselho de Ética.

Em um discurso repleto de recados a parlamentares investigados pela Justiça, o
ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fez um
apelo nesta terça-feira (12) aos integrantes da Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ).
 
O
pedido, anunciado em tom de alerta, era para que os deputados acolhessem
recurso contra a aprovação, pelo Conselho de Ética, da cassação do mandato do
peemedebista, sob risco de eles próprios serem prejudicados no futuro.
Ao
se defender nesta terça, Cunha argumentou que diversos procedimentos adotados
pelo Conselho de Ética feriram as regras do regimento da Câmara, o que poderia
abrir um “precedente perigoso”. “Hoje, sou eu. É o efeito Orloff: Vocês,
amanhã”, disse em referência ao slogan de uma propaganda de vodka na década de
1980, que dizia: “Efeito Orloff: Eu sou vocês amanhã”.
A
afirmação foi feita na sessão da CCJ que discute o parecer sobre recurso para
anular a votação do processo de cassação no Conselho de Ética.

Cunha chegou a ressaltar que alguns dos investigados estavam ali na CCJ. Ele
criticava o fato de ser investigado no Conselho de Ética por acusação sobre a
qual já é réu na Justiça, gerando, assim, uma duplicidade.

“Discutir
a origem do patrimônio em sede de processo disciplinar com um processo judicial
em andamento é muito mais do que íbis idem. É um absurdo. A qual nenhum dos 117
parlamentares que têm inquérito ou ações penais, alguns aqui presentes nessa
sala, não vão aceitar se forem eles os julgados. Não vão aceitar se for contra
eles o processo disciplinar”, disse.
Sem
fazer menção direta à Operação Lava Jato, Cunha afirmou que os parlamentares
alvos de inquérito ou de ação penal não “sobreviverão” e serão cassados se a
palavra da acusação for considerada como sentença. De acordo com ele,
atualmente 117 deputados e 30 senadores respondem a inquéritos.
O peemedebista também disse que a palavra da acusação contra ele virou uma
“sentença transitada em julgado” – tipo de sentença sobre a qual não
é possível recorrer.

“O
que foi adotado com relação a mim é: a palavra do órgão acusador virou sentença
transitado em julgado. Essa é a grande realidade. […] Na medida que queira
antecipar ou usurpar a competência do STF, considerando acusação como sentença
transitado em julgado, é processo político. Então garanto que nenhum dos 117
deputados e 30 senadores sobreviverão nesta casa e deverão todos serem
cassados”, disse.

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