Ex-presidente e mais investigados devem depor ao mesmo tempo, em estratégia da PF para evitar combinação de versões. Bolsonaro pediu adiamento do depoimento, mas o ministro Alexandre de Moraes negou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e outros investigados por tentativa de golpe de Estado têm depoimento marcado na Polícia Federal nesta quinta-feira (22).

Foram chamados para prestar depoimentos presencialmente na sede da PF, em Brasília:

Jair Bolsonaro
General Braga Netto
General Heleno
Anderson Torres
Marcelo Costa Câmara
Mário Fernandes
Tércio Arnaud
Almir Garnier
Valdemar Costa Neto
Paulo Sérgio Nogueira
Cleverson Ney Magalhães
Bernardo Romão Correia Neto
Ronald Ferreira de Araújo Junior

Por estratégia da PF, todos investigados devem depor ao mesmo tempo. Assim, a polícia quer evitar que haja combinação de versões. Haverá depoimentos também em outras cidades.

Os depoimentos fazem parte da operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF há duas semanas. De acordo com as investigações, Bolsonaro e aliados se organizaram para tentar um golpe de Estado e mantê-lo no poder, impedindo a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Parte da investigação envolve a realização de uma reunião ministerial em 15 de julho de 2022. Nela, Bolsonaro diz a ministros que eles não poderiam esperar o resultado da eleição para agir. Os advogados do presidente afirmam, no entanto, que ex-presidente nunca pensou em golpe.

Bolsonaro deverá ficar calado

De acordo com a defesa do ex-presidente, ele deverá ficar calado no depoimento.

Nos últimos dias, os advogados pediram duas vezes acesso aos autos da investigação.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou o acesso aos mandados da operação.

Os advogados do ex-presidente pediram, então, acesso às mídias digitais, como telefones, computadores e a delação do ex-ajudante ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, mas Moraes não autorizou.

Foi quando defesa disse que o ex-presidente não iria falar à PF e entrou com pedido para adiar o depoimento, mas Moraes negou.

Nesta quarta, a defesa solicitou novamente acesso ao conteúdo das mídias. A alegação é de que é necessário “garantir a paridade de armas no procedimento investigativo”.

“Só pra gente prestar atenção. […] A fotografia que pintar no dia 2 de outubro acabou, porra! Quer mais claro do que isso? Nós estamos fazendo a coisa certa, mas o plano B tem que botar em prática agora”, afirmou Bolsonaro na ocasião.

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