Por Fernando Brito, editor do Tijolaço 
Esqueçam
o “por acaso”.
Michel
Temer e seu governo foram lançados ao mar e não serão resgatados, por mais que
se debatam em novas promessas para os donos do poder econômico, por uma simples
razão.
A
de que não funcionam.
Isto
é, já não têm condições políticas de entregar a “mercadoria” que prometeram: o
arrocho.
Não
porque lhes falte ânimo ou crueldade para a degola dos gastos sociais, dos
direitos sociais, das liberdades sociais.
Mas
por três razões: já cumpriram o papel de estuprar a legitimidade do voto, não
conseguiram reunir qualquer apoio político fora da mixórdia parlamentar e, mais
importante, é preciso mais carne a imolar no altar da “moralidade” para que se
continue o diversionismo de que são os corruptos a razão do caos nacional.
Prepara-se
o terreno para uma “solução branca”: a instauração de um governo de inspiração
tecnocrática – e nada mais próximo da tecnocracia que o capital – que não se
apresente como o monturo que foi, desde o princípio o Governo Temer – tanto por
sua minúscula natureza pessoal quanto pelos arranjos necessários para a
aprovação do impeachment.
A
conspiração contra uma democracia de natureza social no Brasil veio de longe,
física, econômica e cronologicamente.
É
preciso não apenas um governo que queira liquidá-la, como o de Temer, mas um
que possa fazê-lo, o que o governicho que se dissolve já obviamente não pode.
Controlem
o prazer mórbido – este horror que a todos incutiram – de verem corruptos serem
execrados.
A
corrupção que vem por diante é muito pior. É a de gente que não necessariamente
vendeu favores, mutretas, contratos públicos.
É
a de gente que vendeu a alma e doará seu povo e seu país.

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