A sorte do Brasil é que, para cada
Janaína, temos estudantes como a paranaense Ana Júlia

Por Kiko Nogueira
Quando
você achar que está na hora de se mudar para o Uruguai, quando você vir que o
Brasil pariu Janaína Paschoal, quando você ouvir Alexia Deschamps — lembre-se
da estudante Ana Júlia Ribeiro.
Aos
16 anos, a menina deu uma aula de democracia aos deputados da Assembleia
Legislativa do Paraná na sessão plenária de quarta, dia 26.
Foi
convidada a contar por que as escolas estão sendo ocupadas. Diante daqueles
senhores, emocionada mas sob controle, com calma e contundência, inteligência e
articulação, Ana explicou suas razões.
“Sabemos
pelo que estamos lutando. A nossa única bandeira é a educação”, começou.
“Somos
um movimento dos estudantes pelos estudantes, que se preocupa com as gerações
futuras, com a sociedade, com o futuro do Brasil. É por isso que nós ocupamos
as nossas escolas”.
Para
ela, “é um insulto sermos chamados de doutrinados. É um insulto aos estudantes
e aos professores”.
A
Escola sem Partido, diz AJ, “é uma escola sem senso crítico, é uma escola
racista, homofobia. É falar para os jovens que querem formar um exército de não
pensantes, um exército que ouve e baixa a cabeça. Não somos isso. Escola Sem
Partido nos insulta, nos humilha, nos fala que não temos capacidade de pensar
por nós mesmos”.
Acusou
os parlamentares de terem “sangue nas mãos” pela morte do garoto Lucas Eduardo
Araújo Mora. Imediatamente o presidente da Casa, Ademar Traiano, vestiu a
carapuça e ensaiou uma censura. Ana prosseguiu.
Enquanto
houver Ana Júlia, há esperança.
Assista o vídeo:

Deixe um comentário

Copy link