A Justiça condenou o
ex-senador Eduardo Azeredo, do PSDB de Minas Gerais, a 20 anos e 10 meses de
prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
A sentença foi dada em primeira instância, nesta quinta-feira (16), pela
juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, Melissa Pinheiro Costa Lage.
Azeredo foi condenado por crimes cometidos durante a campanha eleitoral
pela sua reeleição ao governo de Minas Gerais, em 1998. Eduardo Azeredo
respondeu pelos crimes de peculato, ou seja, desvio de bens praticados contra a
administração pública por servidor público, e de lavagem de dinheiro. O
ex-senador também foi condenado ao pagamento de 1.904 dias-multa, cujo valor
foi fixado em um salário mínimo vigente em 1998.

Pela sentença, a prisão será inicialmente em regime fechado. Ele ainda
poderá recorrer da decisão. O processo contra Azeredo estava sob análise do
Supremo Tribunal Federal (STF) até março do ano passado, quando a Corte decidiu
que a Ação Penal 536, conhecida como o processo do mensalão mineiro, seria
julgada pela Justiça de Minas Gerais.

Eduardo Azeredo renunciou ao mandato parlamentar em fevereiro do ano
passado, após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar as
alegações finais no processo, última fase antes do julgamento, pedindo a
condenação do ex-deputado a 22 anos de prisão.

Nas alegações finais, o procurador-geral disse que Azeredo atuou como
“um maestro” no esquema, desviando recursos públicos em benefício próprio para
financiar a campanha política. Janot ressaltou que a prática dos crimes só foi
possível por meio de um esquema criminoso montado pelo publicitário Marcos
Valério, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão.

No documento enviado ao STF, Janot detalha como funcionava o esquema de
desvios. Segundo ele, o então governador Eduardo Azeredo autorizava três
empresas estatais – as companhias de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e
Mineradora de Minas Gerais (Camig) e o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge)
– a liberar o pagamento de patrocínios de R$ 3,5 milhões, em valores da época,
para três eventos esportivos de motocross. A partir daí, o dinheiro passava
pela agência de publicidade de Valério, por contas de empréstimos fraudulentos
feitos no Banco Rural, e chegava à campanha do candidato.

Agência Brasil

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