Em
áudio distribuído em grupos de WhatsApp, Garotinho diz que teme ser morto no
presídio e que vai se reunir com o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, na próxima quarta-feira para “entregar o resto da quadrilha”, sem
especificar à qual se refere. Ele resiste ao ser informado por agentes federais
que será transferido naquele instante para Bangu.
“Levar
é o cacete. Eu não vou. Isaías do Borel (líder de uma facção criminosa), tem um
monte de preso lá que foi tudo eu que botei na cadeia. Estão doidos para me
levar para lá para me matar. Sabe que quarta-feira eu tenho reunião com dr.
(Rodrigo) Janot para entregar o resto da quadrilha. Isso tudo foi armado. Eu
não vou”, esbravejou. “O senhor vai. Porque o senhor está preso com decisão
judicial. Nós vamos cumprir a ordem judicial”, retrucou o policial. “Me matar é
uma decisão sua”, replicou Garotinho.
Os
vídeos registram dois momentos. O primeiro se dá quando os policiais chegam ao
quarto onde Garotinho estava internado. A deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) e
sua mãe, Rosinha Garotinha (PR), atual prefeita de Campos (RJ) e
ex-governadora, imploram aos agentes policiais que não levem o ex-governador
devido à sua situação médica. “Meu pai não é bandido”, repetiu várias vezes
Clarissa, aos prantos. Após resistir e travar o diálogo acima com os agentes
federais, Garotinho foi retirado à força da cama.
Secretário
de Governo de Campos, Garotinho foi levado ao Hospital Municipal Souza Aguiar
ao passar mal depois de ter sido preso na última quarta-feira. Os médicos
identificaram alterações cardíacas, recomendaram a realização de um cateterismo
e que ele ficasse internado até ser conduzido para o Instituto de Cardiologia
Aloysio de Castro, na semana que vem. Mas o juiz Glaucenir Silva entendeu que
Garotinho estava tendo tratamento privilegiado e regalias no hospital.

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