Janot
também citou a delação premiada de Nelson José de Mello, ex-diretor da
Hypermarcas.

O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou ao Supremo Tribunal
Federal (STF) que o doleiro Lúcio Funaro, preso na Operação Sépsis, tem “longa
e íntima relação” com Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara dos
Deputados. A conclusão de Janot consta do pedido de prisão de Funaro,
autorizado hoje (1°) pelo ministro Teori Zavascki.
De acordo
com as investigações, Funaro atuava como operador financeiro de Cunha no
recebimento de propina de empresas interessadas na liberação de verbas do Fundo
de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). O suposto
esquema de desvios foi delatado pelo ex-vice-presidente de Fundos de Governo e
Loterias da Caixa, Fábio Cleto, que também é investigado.
Para
indicar a suposta atuação de Funaro, Janot também citou a delação premiada de
Nelson José de Mello, ex-diretor da Hypermarcas, sobre outro suposto esquema. O
delator relatou repasse de propina a Funaro e Eduardo Cunha por meio de
contratos fictícios.
Segundo o
procurador, Nelson Mello informou ao Ministério Público que foi procurado por
Cunha e Funaro em março de 2016, após ter assinado acordo de delação premiada.
Mello
destacou que o doleiro mantinha com ele conversas em tom de ameaça. “Também
chama a atenção a agressividade de Funaro no trato com o colaborador,
manifestada por termos como ‘você não sabe com quem está se metendo’ e ‘está
querendo me… [palavrão]?”, disse Janot.
 
Mensalão 
No pedido
de prisão, Janot citou outras investigações em que Lúcio Funaro esteve
envolvido, como o caso da Ação Penal 470, o processo do mensalão, Operação
Satiagraha e o Caso Banestado. No mensalão, Funaro fez acordo de delação
premiada e foi absolvido posteriormente pela Justiça.
“Funaro
foi diretamente envolvido no Caso Mensalão, responsável por repassar valores da
SMP&B (empresa de Marcos Valério) ao antigo Partido Liberal, em especial a
Waldemar Costa Neto (SP), por intermédio de sua corretora Guaranhus. Na
época, apurou-se que a Garanhuns repassou a quantia de R$ 6,5 milhões ao então
líder do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto”, lembrou o procurador.


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