Segundo a governo, grupo ordenou ataques que vêm
ocorrendo no estado. ‘Nosso setor de Inteligência foi muito ágil e eficiente’,
ressalta secretário.

Por Anderson Barbosa
Do G1.com RN 

O
mais perigoso e o mais violento; elo e porta-voz; o mais estudado e o mais
articulado do grupo. Estes são alguns dos conceitos atribuídos aos cinco
criminosos apontados como chefes de uma facção criminosa responsável pela onda
de ataques que vem ocorrendo nos últimos dias no Rio Grande do Norte. Com
exclusividade, o G1 teve
acesso aos nomes e perfis de cada um deles. Os cinco foram isolados e
transferidos nesta segunda-feira (1º) para a Penitenciária Federal de Mossoró,
na região Oeste potiguar.
A
instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária Estadual de Parnamirim,
na Grande Natal, onde os cinco detentos estavam encarcerados, é apontada pelo
governo como principal motivo para os atentados. Nesta terça (2), a Secretaria
de Segurança Pública confirmou que 80 atos criminosos já foram registrados em
29 cidades do estado desde a tarde da última sexta (29), quando aconteceu o
primeiro ataque. Até agora, 68 suspeitos foram presos.
Quem
são

Os cinco presos transferidos foram identificados como Edson Cardoso Bezerra,
Anderson Mendonça da Silva, Cosme Wendel Rodrigues Gomes, Alex Barros de
Medeiros e Marcos Paulo Ferreira (Cabeça do Acre).

Anderson
Mendonça da Silva
é o ‘Sancinho’. Apontado como um dos principais cabeças da
organização criminosa, é tido como o mais perigoso e violento do grupo.
Responde por tráfico de drogas, latrocínio (roubo seguido de morte) e corrupção
ativa.
Edson
Cardoso Bezerra
, também conhecido como ‘Gato’, responde na Justiça por tráfico
de drogas. Ele é considerado chefe de um comércio de entorpecentes em
Parnamirim e tem papel considerado relevante dentro da organização.
Cosme
Wendel Rodrigues Gomes
, também chamado de ‘Cego’, tem quatro processos em
aberto por homicídio e também responde por tráfico de drogas. É considerado
chefe de pontos de drogas em Parnamirim e região do Potengi.
Alex
Barros de Medeiros
atende pelo apelido de ‘Peitola’. Também responde pelo crime
de tráfico de entorpecentes. É o mais articulado e considerado elo entre a
organização e uma facção criminosa que age a partir dos presídios da Paraíba.
Marcos
Paulo Ferreira
é o Cabeça do Acre. Responde por homicídio. Segundo a fonte do G1, por ter mais
estudo que os demais e saber se expressar melhor, tornou-se o porta-voz da
facção. Teria sido ele, inclusive, quem gravou um áudio e fez as fotos dos
bloqueadores de celular que se espalharam pelas redes sociais. Na gravação, o
preso diz: “Então, família, um forte abraço do irmão ‘Cabeça do Acre’, pra essa
grande família aí, maravilhosa aí do (   )… tô mandando essas fotos
aí, pros irmãos aí, pra ver essa torre de bloqueio aí que tão colocando aqui no
PEP, tá entendendo?… e que os irmãos fiquem ciente aí que, qualquer bloqueio,
qualquer ‘pá’ aí, vamos botar o ‘bang’ pra funcionar. Firmeza? E o estado todo
geral, tremer geral. Firmeza? É nós aí na fita, mano. E tamo junto. (SIC)
João
Mago

Entre os 68 presos está João Maria dos Santos de Oliveira, de 32 anos, apontado
pelas forças de segurança como um dos chefes da facção criminosa que vem agindo
no estado. ‘João Mago’, era considerado foragido desde dezembro do ano passado,
quando saiu da Penitenciária Estadual de Parnamirim, na Grande Natal, com o
auxílio de um alvará de soltura falso.
A
prisão de João Mago foi feita em um condomínio residencial no bairro de
Nova Parnamirim, em Parnamirim. Na casa, a polícia apreendeu R$ 300 mil em
espécie, tabletes de crack e aparelhos celulares.
Robinson
Faria comemorou a prisão do criminoso: “A polícia prendeu agora o traficante
João Mago, um dos líderes de uma facção que fazia parte do comando dos ataques
criminosos. Ele estava com vários aparelhos celular e R$ 300 mil. Era foragido
do Presídio Estadual de Parnamirim. Quero parabenizar a polícia pelo grande
trabalho que está realizando. Estamos vencendo o crime!”, escreveu o
governador em uma rede social.
Transferências
 
De acordo com o governador Robinson Faria, os presos transferidos foram
identificados pelo setor de inteligência da polícia potiguar após terem
celulares monitorados. Ainda de acordo com o governador, outros 20 detentos
também serão transferidos para presídios federais em breve.
Estado
agiu rápido

 
Secretário de Justiça e Cidadania, responsável pelo sistema prisional potiguar,
Wallber Virgolino disse que é importante destacar que o Estado agiu rápido na
identificação dos criminosos. “Nosso setor de Inteligência foi muito
eficiente. Identificamos, isolamos e transferimos os líderes dessa facção.
Outras providências também estão sendo tomadas e logo a paz será restabelecida
no Rio Grande do Norte. A população pode acredita nisso”, enfatizou.

Deixe um comentário

Copy link