O
ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF)
, autorizou a abertura
de um novo inquérito para investigar o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL). O pedido de abertura de inquérito foi encaminhado pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) à Corte em fevereiro, mas houve demora na
definição de quem seria o ministro relator responsável pelo caso. Com isso,
Renan é oficialmente investigado em 12 casos – sendo que em um já há denúncia
oferecida.
Em
despacho desta sexta-feira, 18, Toffoli autorizou a realização de diligências
solicitadas pela PGR. Os investigadores querem mais informações sobre uma
movimentação financeira de R$ 5,7 milhões de Renan, considerada incompatível
com a renda do parlamentar.
O
caso tramita em segredo de justiça no STF. A partir da abertura do inquérito, Polícia
Federal e Ministério Público podem fazer diligências de investigação, como
pedir novos depoimentos e solicitar quebra de sigilo bancário. Renan se torna
investigado, neste caso, pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
A
movimentação financeira suspeita foi identificada no curso de outra
investigação, pela qual Renan já foi denunciado ao STF por uso de documento
falso e peculato. Na época, em 2007, o senador foi alvo de investigação por
recebimento de propina para pagamento de despesas pessoais. Segundo a apuração,
a construtora Mendes Júnior teria arcado com a pensão de uma filha em
relacionamento extraconjugal do peemedebista com a jornalista Mônica Veloso.
Na
ocasião, o peemedebista apresentou ao Conselho de Ética no Senado recibos de
venda de gado em Alagoas para comprovar um ganho de R$ 1,9 milhão – as notas
foram consideradas frias pela Procuradoria. O escândalo fez Renan Calheiros
renunciar à presidência do Senado em 2007, mas a denúncia ainda não foi
analisada pelo STF. O caso foi recentemente liberado por Fachin para o
julgamento, no qual os ministros do Supremo terão de decidir se tornam Renan
réu em ação penal. Até o momento, a denúncia não entrou na pauta de julgamentos
do plenário.
Durante
as investigações, procuradores e polícia federal identificaram a movimentação
financeira suspeita e pediram a abertura de uma nova frente de investigação.
Inicialmente, o caso foi encaminhado ao ministro Edson Fachin, relator da
denúncia contra Renan no STF. Investigadores consideram que os dois casos são
desdobramentos de uma mesma situação, apesar de oriundos de fatos diferentes.
No STF, no entanto, o inquérito foi redistribuído para Dias Toffoli.
 
Investigações 
Além
das duas apurações que remontam ao escândalo da propina envolvendo despesas
pessoais de relacionamento extraconjugal, Renan Calheiros é alvo de 8
inquéritos no âmbito da Operação Lava Jato, incluindo a investigação por
suposta formação de quadrilha para montar o esquema de corrupção na Petrobras.
Além disso, o presidente do Senado é alvo de um inquérito no âmbito da Operação
da Zelotes e de mais um por suposto recebimento de benefícios indevidos por
desvio nas obras da usina de Belo Monte.
Em
fevereiro, quando a PGR pediu a nova investigação ao Supremo para apurar a
movimentação financeira de 5,7 milhões, Renan afirmou que o inquérito era um
filme “velho e repetido” e disse ter interesse em
“esclarecer” os fatos.

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