Presidente Temer
anunciou nesta sexta (29) que salário mínimo no ano que vem será de R$ 954,
alta de 1,81% em relação aos R$ 937 em vigor neste ano.


G1.com – O reajuste de 1,81% no
valor do salário mínimo
 para o ano de 2018, de R$ 937 para
R$ 954, é o menor desde o Plano Real, anunciado em 1994 e que controlou a
hiperinflação na economia brasileira, aponta série histórica do Departamento Intersindical
de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Isso
significa que o reajuste que será aplicado no salário mínimo no ano que vem o
menor em 24 anos.

Até então,
o menor aumento havia ocorrido em 1999, quando o salário mínimo, que serve de
referência para 45 milhões de pessoas no Brasil, havia avançado 5,79%.

Para fazer esse cálculo, o G1 considerou
o salário mínimo médio de cada ano. Isso porque, antes de 2012, de uma forma
geral, havia um valor para o salário mínimo diferente nos primeiros meses do
ano e só depois era feito o reajuste.

A
explicação para a variação de 1,81% está na forma de correção do salário mínimo
em vigor, que leva em consideração a soma da variação do PIB de dois anos antes
e a variação do INPC do ano anterior.

Para o
caso específico de 2018, portanto, está sendo somado o resultado do PIB de
2016, que foi de queda de 3,6%, com o INPC de 2017. Como o resultado do PIB de
2016 foi negativo, o reajuste do salário mínimo é feito apenas pela variação do
INPC.
Além
disso, o 1,81% de variação do INPC é uma estimativa do governo, já que o
percentual exato só será conhecido em janeiro.

Em
entrevista ao 
G1, o ministro
do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que, em 2017, o reajuste ficou um
pouco acima do que a fórmula do salário mínimo determinava para esse ano e que
por isso, para 2018, esse excedente tem de ser descontado.

Para o
Dieese, porém, o reajuste do salário mínimo ficou abaixo da variação do INPC neste ano,
 algo que não acontecia
desde 2003.

“O
governo não podia dar um reajuste maior. Não tem nenhuma decisão que o governo
possa tomar diferente dessa [do valor de R$ 954 proposto para 2018]. Não é uma
alternativa. No fundo, é uma notícia boa, que a inflação foi baixa”,
declarou o ministro.

De
acordo com o ministro, a lei é “muito precisa” ao fixar a variação do
INPC do ano anterior e do PIB de dois anos antes (que, em 2016, foi negativo)
para a correção do salário mínimo.

“Ela
fala que é a variação INPC, por um motivo correto, ele tem uma cesta de consumo
para quem ganha até 5 salários mínimos, e o IPCA é de até 40 salários mínimos.
O INPC tem um peso de alimentação maior do que o IPCA. Como neste ano os
alimentos foram um dos itens que puxaram a inflação para baixo, pesa mais no INPC
do que no IPCA. A inflação é menor e o reajuste de salário mínimo vai conforme
a inflação”, afirmou.

Essa
regra para correção do salário mínimo vale somente até 2019.
 No
ano que vem, portanto, o governo fixará o salário mínimo de 2019 pela última
vez com base nessa regra.

Analistas
esperam que o novo formato de correção do salário mínimo, de 2020 em diante,
seja um dos pontos debatidos na campanha eleitoral para a Presidência da
República no ano que vem.

Economia de R$ 3,3 bilhões

Com a decisão de conceder um reajuste R$ 11 menor em
relação à estimativa anterior de R$ 965, o governo economizará cerca de R$ 3,3
bilhões em gastos em 2018.
“Cada
um real de aumento no salário mínimo gera um incremento de R$ 301,6 milhões ao
ano nas despesas do governo”, informou o Ministério do Planejamento na
proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) encaminhada ao Congresso em
abril.
Números
oficiais mostram que o benefício de cerca de 66% dos aposentados equivale ao
salário mínimo. A correção do mínimo também impacta benefícios como a RMV
(Renda Mensal Vitalícia), o seguro-desemprego e o abono salarial.

Salário mínimo ‘necessário’

O valor do salário mínimo proposto para o próximo ano
ainda está distante do valor considerado como “necessário”, segundo
cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese).

De
acordo com o órgão, o salário mínimo “necessário” para suprir as
despesas de uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde,
educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência deveria ser de R$
3.731,39 em novembro deste ano.

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