Relatório da Polícia Federal vê envolvimento do senador do DEM e do
empreiteiro Léo Pinheiro em irregularidades em financiamento do BNDES destinado
a obras no estádio em Natal para a Copa 14

ESTADÃO – Relatório
da Polícia Federal atribui propina de R$ 2 MILHÕES da OAS ao senador José
Agripino (DEM-RN). A PF vê envolvimento do parlamentar e do empreiteiro
Léo Pinheiro em irregularidades no financiamento do BNDES destinado a obras na
Arena das Dunas, estádio em Natal para a Copa de 2014.
A
Polícia Federal concluiu nesta segunda-feira, 21, o inquérito 4141 do Supremo
Tribunal Federal, instaurado para apurar eventual participação de recebimento
de vantagens indevidas por parte de um senador da República.
Em
nota, a PF informou que a investigação apurou a participação do Senador pelo
Partido Democratas, José Agripino Maia, ‘na solicitação e recebimento de
vantagens indevidas da empresa OAS em troca de seu auxílio político na
liberação de recursos de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social -BNDES direcionados à construção da Arena das Dunas, em
Natal/RN, no ano de 2013’.
O
recebimento das vantagens ilícitas se deu tanto por meio de doações eleitorais
oficiais, que foram direcionadas ao diretório, como por meio de repasses em
espécie, que transitaram por contas do próprio investigado e também por contas
de familiares, entre os anos 2012 a 2014, totalizando a quantia de pelo menos R$
2 MILHÕES.
A
Polícia Federal informou que a investigação baseou-se no resultado da análise
de mensagens de texto extraídas do celular de José Adelmário Pinheiro Filho,
bem como nas informações colhidas na delação premiada do doleiro Alberto Youssef
e do carregador de malas Rafael Angulo Lopez, além do exame de mais de mil
páginas de documentos, a inquirição de diversas pessoas, quebras de sigilo
bancário, fiscal e telefônico dos investigados.
“Diante
dos suficientes indícios de materialidade e autoria, foram então imputadas as
condutas de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro ao Senador José
Agripino Maia; lavagem de dinheiro a Raimundo Alves Maia Júnior; Corrupção
ativa a José Aldemário Pinheiro Filho; além de crime de prevaricação a Carlos
Thompson Costa Fernandes – Conselheiro do TCE/RN à época dos fatos”, informou a
PF.
 
COM
A PALAVRA, JOSÉ AGRIPINO
 
“A
acusação que me fazem é de ter exercido influência para que o BNDES efetuasse o
pagamento de faturas decorrentes de um autofinanciamento contratado pela
própria OAS junto ao banco. Tenho certeza de que as investigações vão terminar
pela conclusão óbvia: que força teria eu, líder de oposição na época, para
liberar dinheiro do BNDES, cidadela impenetrável do PT?”.

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